Acabei de me aperceber que às vezes uma pessoa não tem noção do seu valor, das suas capacidades...
Em menos de um ano aconteceram coisas na minha vida que me fizeram mudar um pouco a forma de pensar e a maneira de ser, bem como definir prioridades. De repente vejo-me menos preocupada com certas coisas e muito mais com outras. Passei maus e bons momentos e fiquei muito mais intolerante para com certas atitudes. Deixei de ter medo de falar... A minha personalidade é e sempre foi de lágrima fácil, o que me dificulta um pouco quando quero dizer coisas que tenho na cabeça. Mas digo (obrigada "Mafalda Grande" por seres a minha modelo nalguns aspectos e ensinares-me a lutar!)!
Em menos de um ano, e com tudo o que aconteceu, consegui acabar a licenciatura (talvez com umas notas piores do que o previsto, mas os imprevistos acontecem e, apesar de estar mais forte, quando as coisas acumulam é difícil dar a volta). Consegui entrar para o mestrado e acabar o primeiro semestre com notas razoáveis, umas melhores outras piores. Consegui ser um pouco dona-de-casa, enquanto a minha mãe recuperava primeiro do seu problema de fígado, que nos levou a suspeitar de uma hepatite, e depois de um cancro nos ovários, que durou vários meses, com quimioterapias e tudo mais (daí ter tido a coragem, e quem me conhecia com o meu cabelão gigante sabe, que foi preciso muita coragem da minha parte. Foi tudo um gesto conjunto de irmãs, de solidariedade para com a minha mãe, quando foi rapar o cabelo). Também com a operação do meu pai ao joelho, consegui ir ajudando a minha mãe em tudo o que podia e, por vezes, fazer de motorista. E agora, como já referi neste blogue e faço questão de o fazer sempre que necessário, a morte de um amigo de sempre que está sempre presente no meu pensamento, que coincidiu toda a semana de entregas de trabalhos de mestrado.
Com tudo isto eu não entendo como é que, por vezes, me reduzo de tal forma a achar que não sou capaz de nada? Não é verdade e quero lembrar-me sempre disto.
P.S. (um acrescento posterior ao post) - não me posso esquecer que ainda consegui ter uma peça exposta na Intercasa 2009!
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