11 de Setembro

10 anos... há 10 anos eu estava em Espanha, no El Corte Inglès, a comprar ténis. Há 10 anos, enquanto eu estava nas compras, viviam-se momentos de verdadeiro terror(ismo) nos Estados Unidos... lembro-me de ter visto na televisão e de termos comentado (e pensando bem, acho que ainda perguntei se era um filme), lembro-me vagamente da cara do vendedor espanhol que estava connosco na altura, lembro-me de ter continuado a minha vida (tanto eu como a minha mãe) como se nada fosse e mais tarde, de repente, me ter apercebido do que realmente tinha acontecido. Talvez pela brutalidade do acontecimento, talvez por termos pensado "ahhh, tretas! Isto é mau demais para acontecer". Não sei. Lembro-me de ouvir falar, pela primeira vez, no Bin Laden. E de o ter odiado. Tinha 13 anos e aos 13 anos as pessoas já pensam. Não são propriamente umas crianças. Ao longo dos anos fui tomando cada vez mais consciência do que realmente se passou e da mudança brutal que os acontecimentos deste dia trouxeram. Em todo o Mundo. Em relação à economia, à segurança, ao medo, ao racismo gigante contra Muçulmanos e Árabes e todas as pessoas com ar Oriental. Confesso que até eu, há uns anos, dei um passo para o lado quando vi um homem de barba e turbante a entrar no autocarro... não é uma coisa que adore admitir, mas é a realidade.
Os acontecimentos do 11 de Setembro ainda são - e vão continuar a ser - uma pancada no estômago. Uma pancada no coração.
Pelo que percebi, através das entrevistas que o Público publicou sobre o 11 de Setembro, muita gente deixou aspectos das duas vidas que pouco lhes agradavam, que não os faziam felizes, e arriscaram num novo futuro. Um sobrevivente que estava no WTC, que trabalhava num Banco, deixou o emprego uns anos depois para trabalhar no serviço de emergências de NY. Uma outra disse que saiu de uma má relação por não se sentir feliz - e ganhou coragem. E penso que é um bocadinho por aí que temos que pegar. A vida é tão curta. Para quê vivê-la infelizes? Às vezes é preciso arriscar. É preciso ter coragem. Sabe-se lá a quantidade de gente que lá trabalhava que não gostava do que fazia. Ou que não se sentia feliz. Ou que andava demasiado stressada e nem tempo teve para se despedir (e por despedir falo de "Vou sair! Até já" - porque não se está propriamente à espera que isto aconteça) de quem deixou cá. De certeza que se soubessem que ia acontecer uma coisa destas, nem pensavam duas vezes. Claro que não podemos viver a vida a pensar nestas coisas. Mas podemos viver a vida menos sérios. E isto serve de lição para mim, que tenho muitas vezes tendência a ser quase dramática.
O Mundo mudou. O 11 de Setembro é uma data que está mais que marcada nas memórias de todos nós. E espero que assim fique. Há-que honrar aqueles que morreram nesse dia. De civis (tanto os do WTC como do Pentágono como os que viveram todo o terror nos aviões), a bombeiros, a polícias, médicos...
Frases tiradas de uma das entrevistas.

4 comentários:

Carla Matos disse...

Sem dúvida que se deve honrar estas pessoas. Adorei o que escreveste. ;)

http://affairesdacarla.blogspot.com

Mafalda Beirão disse...

Bom post. Apesar de estar um pouco cansada de todo este assunto, gostei de ler o que escreveste.
É bom pensar nestas coisas todos os dias, e não só hoje por ser uma data a assinalar... Mas será sem dúvida um dia que nos ficará sempre na memória.

Confessions of a Shopaholic disse...

gostei bastante do post! Ainda hoje vi as imagens no telejornal e foi impossível conter as lágrimas e arrepiar-me....

Vanessa disse...

as frases são realmente verdade e acho que se devia falar mais sobre este assunto, afinal não podemos esquecer a realidade em que vivemos!***